Ainda era madrugada quando atletas, pais e técnicos da equipe de Bocha Paralímpica da FCEE embarcaram para uma viagem de mais de 800 km a Maringá, PR, para o Campeonato Regional Sul de Bocha Paralímpica, realizado entre os dias 12, 13 e 14 deste mês. Os atletas partiram de São José motivados pelo sonho de conquistar uma vaga para o Campeonato Brasileiro de Bocha, que acontece em outubro, também em Maringá.
A equipe da FCEE foi composta pelos atletas Paulo Ricardo Pedroso, Daniel Veras Silvestre e Paulo Roberto Perão, da Classe BC3, pelos pais Josiane Ana Veras Silvestre e Paulo Roberto Xavier de Lima, pela voluntária Marília Garcia Pinto e pelos técnicos Antônio de Pádua Amorim e Jefferson Roberto Seeber, coordenador do Centro de Educação Física (Ceduf) da Fundação.
Otimismo contagiava a equipe
Segundo a equipe, apesar do cansaço da viagem, todos estavam otimistas quanto ao desempenho a ser obtido na competição. “Esta é a minha segunda participação e espero alcançar uma colocação melhor que a do ano passado, em que terminei em 17º lugar”, contou Paulo Ricardo. O atleta Paulo Roberto, que no ano passado alcançara a sexta posição, compartilhava da mesma expectativa. “Treinamos bastante, esperamos ter um bom desempenho e quem sabe conseguir uma vaga para o brasileiro”, ressaltou o pai do atleta, Paulo Xavier. Já o caçula da equipe, Daniel, estava participando do Regional Sul pela primeira vez. Com 15 anos, já tem no currículo o terceiro lugar nas Paralimpíadas Escolares e nos PARAJASC, ambas as competições em 2012. “Vou jogar bem”, afirmou. Enquanto isso, a mãe e calheira do adolescente, Josiane, se mostrava bastante apreensiva. “É uma competição forte, com um nível alto. Espero que o Dani consiga jogar bem”, desabafou.
Vitória na regional garantiria vaga para a etapa nacional da competição
O Campeonato Regional Sul é promovido pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) e conta com a participação de atletas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No evento são classificados somente os três primeiros de cada Classe (BC1, BC2, BC3 e BC4), os quais disputarão o Campeonato Brasileiro.
Neste ano, um total de 13 equipes e 59 atletas dos três estados participaram, sendo sete da classe BC1, 24 da BC2, 21 da BC3 e sete da BC4.
A equipe da FCEE competiu apenas na classe BC3, para paralisados cerebrais e lesados medulares que utilizam o auxílio de uma calha ou rampa para jogar e que são assistidos por um auxiliar (calheiro).
Diante dos resultados, emoção tomou conta da equipe
“A competição foi muito forte, os jogos extremamente competitivos, com um nível alto dos competidores”, observou o auxiliar técnico Antônio de Pádua, que participava primeira vez. “Os nossos atletas tiveram muito trabalho, mas valeu o esforço pelo resultado alcançado”.
O atleta Paulo Roberto conquistou a medalha de prata e a tão sonhada vaga para o brasileiro. Apesar da derrota na etapa final, em uma disputa bastante acirrada, a emoção tomou conta de todos pelo resultado alcançado. “Esta é a realização de um objetivo que nós dá ânimo para continuar o nosso trabalho e nos leva a planejar novas ações, em função deste resultado e da responsabilidade que vem junto a ele, a de bem representar nosso estado e a FCEE.No resultado final da competição, terminamos em quinto lugar, enquanto no ano passado ficamos em sexto. Só não conquistamos um troféu de terceiro lugar porque nossa equipe era pequena e participamos em apenas uma Classe”, destacou Jefferson.
A voluntária Marília, que acompanha o atleta Paulo Ricardo, chama a atenção para a importância da participação da família em momentos como este. “Pois a maioria dos atletas estava acompanhada e sendo auxiliada por um parente, senhoras, senhores, todos auxiliando seus filhos a fazerem o seu melhor”. O motorista da equipe da FCEE, Guilherme Schmidt, que assistiu aos jogos e torceu pelos atletas, concorda. “A gente acaba se envolvendo, aprende sobre a modalidade e sofre junto com os eles”.
O atleta Paulo Ricardo conseguiu melhorar sua colocação em relação ao ano anterior, ficando em 10º lugar na competição. Já Daniel, o caçula da equipe, ficou em 13º lugar, em um grupo de 21 atletas.
Surpresa no final
Segundo a equipe de Bocha Paralímpica da FCEE, a melhor notícia veio ao final da competição: um representante da ANDE os informou de que, além da conquista da vaga para o brasileiro em outubro, a equipe também poderá participar do Campeonato Brasileiro de Bocha para Pares e Equipes, o qual está sendo organizado para acontecer no final deste ano.
Centro de Educação Física da FCEE se coloca à disposição para receber novos atletas
O auxiliar técnico e professor Antônio de Pádua destaca que o Ceduf está à disposição para receber pessoas com deficiência que desejam praticar alguma modalidade esportiva. Os telefones para contato são (48) 3381 1676 e 3381 2428. Procurar pelos professores Antônio, Jefferson ou Ronaldo.
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